Vacinas ajudam a conter surgimento de bactérias resistentes

07/10/2023 Saúde | Vacinas Saúde Livre Vacinas
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A automedicação e a prescrição incorreta de antibióticos estão entre as maiores preocupações das autoridades de saúde. Esses problemas continuam a selecionar cada vez mais bactérias resistentes a medicamentos, inviabilizando ou encarecendo tratamentos. Nesse sentido, bloquear a transmissão de bactérias, prevenir as infecções e reduzir o uso de antibióticos está entre as vantagens que as vacinas trouxeram para a saúde pública.

Homem sorrindo recebe vacina no braço

A diretoria da Sociedade Brasileira de Imunizações Flávia Bravo explica que esse é um papel fundamental de vacinas como a pneumocócica, que previne contra a bactéria Streptococcus pneumoniae.

“A bactéria até consegue invadir, mas o corpo passa a ter o arsenal para atacar antes que ela cause qualquer estrago. Se você não for vacinado, ela vai fazer um estrago, pequeno, médio ou grande. E como você trata? Com antibiótico. Se você começa a tratar inadequadamente, com doses menores ou toma certo e uma bactéria consegue escapar desse antibiótico, estou criando bactérias resistentes. O uso de antibióticos vai treinando e selecionando as bactérias.”

Efeito

Assim, os antibióticos mais usados, chamados de primeira linha, passam a ser menos eficazes, e isso exige que novos medicamentos entrem em ação. “Assim a gente vai depender do desenvolvimento de antibióticos cada vez mais caros, de menor acesso e com mais eventos adversos, para tratar uma bactéria que você poderia nem ter pegado, com a vacinação. Se eu não tiver doença, eu não preciso usar antibiótico, e não vou selecionar cepas resistentes.”

A prescrição de antibióticos para situações desnecessárias, como em viroses, ou sua administração incorreta, são motivos de recorrentes alertas de autoridades sanitárias e sociedades médicas. O Ministério da Saúde aponta que um dos principais erros relacionados são o uso desses medicamentos sem receita médica. Dessa forma, o paciente recorre a eles em caso de gripe ou garganta inflamada, usando remédios que sobraram de um tratamento anterior, sem avaliação profissional.

Covid antes das vacinas

A preocupação com o tema cresceu durante a pandemia de covid-19, quando médicos recorreram aos antibióticos indevidamente de forma frequente para tratar a doença. Quadros específicos da doença, especialmente quando envolvem internações, podem associar a covid-19 à infecção por bactérias, exigindo o uso de antibióticos. No entanto, especialistas identificaram que houve uso excessivo durante a emergência sanitária.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou a alertar que, em 2019, o número de bactérias resistentes detectadas por laboratórios públicos era pouco maior que mil. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, esse número dobrou. E, em 2021, mais que triplicou.

A Anvisa emitiu uma nota técnica em 2021 para reforçar que os antibióticos não são indicados no tratamento de rotina da covid-19. O motivo é a causa da doença é um vírus, e esses medicamentos atuam apenas contra bactérias. Portanto, eles são recomendados apenas para os casos com suspeita de infecção bacteriana associada à infecção viral. (com EBC)

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