Vacinas para viagem: saiba quais destinos exigem e quais documentos levar
Com as férias escolares, julho é a época do ano escolhida por muitas famílias para viajar. Assim como decidir o destino, adquirir as passagens e coordenar as datas, o cuidado com a saúde deve ser planejado com antecedência para evitar surpresas e garantir um passeio tranquilo. As vacinas para viagem, por exemplo, precisam ser tomadas pelo menos 15 dias antes para que tenham tempo de desenvolver a proteção.
Além disso, alguns países exigem documentação para atestar a imunização, que também deve ser preparada antes do embarque. Em território nacional, a carteira de vacinação é o documento que comprova a vacinação, conforme as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). No entanto, para viagens internacionais, é importante dispor também do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). As instruções estão disponíveis no site Gov.br, e a emissão pode levar 5 dias úteis.
A imunização diminui a possibilidade de adoecer durante a estadia, mas também previne a disseminação de doenças, seja levando cepas locais para fora ou trazendo outras para casa. Veja quais vacinas devem estar atualizadas antes do embarque:
Febre amarela
Regimentada pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) de 2005, a vacina contra a febre amarela é a mais exigida em todo o mundo. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos silvestres infectados. Ela pode provocar febre alta, mal-estar, icterícia, hemorragia, e choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
A vacina está disponível na rede privada e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Aplicam-se duas doses a partir dos 9 meses e aos 4 anos; após essa idade, é uma dose única.
Exigência: Maldivas, Austrália, Panamá, África do Sul, Índia, Bolívia, Egito, China, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Bahamas, entre outros. A lista completa está disponível nas páginas da Anvisa e da OMS.
Recomendação: Qualquer lugar em que haverá contato com a natureza, incluindo estados brasileiros, como Amazonas, Mato Grosso, Espírito Santo e Minas Gerais.
Documentação: Após tomar a vacina, é necessário emitir o CIVP. Pode-se fazer presencialmente nas unidades emissoras (veja aqui qual é a mais próxima) ou online através do portal de serviços do Governo Federal. O documento tem validade vitalícia e é obrigatório para todas as idades. Por outro lado, caso não seja possível tomar a vacina por contraindicação, deve-se ter um Certificado de Isenção assinado por médico.
Dica: Confira as orientações de todos os países em que haverá desembarque durante a viagem, mesmo que apenas em conexão.
Sarampo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o crescimento da disseminação do sarampo no mundo. Países da Europa têm registrado um aumento preocupante de infecções, com 30 vezes mais casos durante janeiro e outubro de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. Novos surtos surgiram ainda no último ano nos Estados Unidos e na Austrália.
Os principais sintomas da doença são manchas vermelhas pelo corpo, febre alta, tosse seca, irritação nos olhos, coriza e mal-estar intenso. Portanto, se houver suspeita, em especial em menores de 5 anos, a recomendação é buscar atenção médica imediata, e usar máscaras para evitar espalhar o vírus.
Recomendação: Todos os países, especialmente França, Reino Unido, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, Holanda e outros países da Europa, Estados Unidos, Índia, Austrália, México e Argentina.
O imunizante contra o sarampo está presente em três vacinas: na dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e na tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Poliomielite
Conhecida ainda como paralisa infantil, a poliomielite é uma doença provocada pelo poliovírus. A transmissão ocorre por objetos, alimentos e água contaminados ou secreções. Causando febre, vômitos, diarreia, espasmos e flacidez nos músculos, ela pode deixar sequelas graves e até ser fatal.
Exigência: Paquistão e Somália.
Recomendação: China, Indonésia, Turquia, Egito, Madagascar, Serra Leoa, Angola, Afeganistão, Malásia, Filipinas, Zâmbia, Costa do Marfim, Moçambique, Mali, entre outros.
Documentação: Por não ser padronizado como no caso da febre amarela, o comprovante deve ser feito presencialmente. A Anvisa recomenda que os viajantes “entrem em contato com a embaixada ou consulado do país de destino para verificar qual o tipo de vacinação está sendo solicitado”. De acordo com o órgão, as formas de comprovação podem variar. O certificado tem validade de 12 meses após a vacinação.
Meningite
As vacinas protegem contra o meningococo, uma das bactérias que pode causar inflamação nas membranas que revestem o cérebro. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, febre alta, fraqueza, vômitos e rigidez na nuca. Nos casos graves, em seguida, pode provocar convulsões, coma e óbito.
Exigência: Arábia Saudita e Líbia.
Recomendação: Todos os destinos.
Documentação: Assim como no caso da poliomielite, deve-se fazer presencialmente. A validade é de 5 anos a partir da data de vacinação para a vacina Meningite ACYW, e de 3 anos para a Meningite C.
Gripe
A passagem por locais movimentados, como aeroportos, restaurantes e hotéis é um prato cheio para encontrar o vírus Influenza – e sem as vacinas para viagem, a gripe pode estragar os planos. Apesar de não haver exigência de comprovação para entrar em países estrangeiros, essa é uma das doses mais importantes devido à alta prevalência do vírus. No Brasil, julho está entre os meses de maior circulação da doença.
Recomendação: Para todos os destinos.
Hepatites A e B
A hepatite é uma inflamação do fígado, provocada, nesses casos, por vírus. Enquanto a A tem contágio fecal-oral, a B é sexualmente transmissível. Pode-se tomar a vacina específica para o tipo A e o tipo B ou a combinada.
Recomendação: Para quaisquer destinos, em especial os locais que tiverem condições sanitárias precárias.
Portanto, descubra a unidade Saúde Livre mais próxima para atualizar os cartões da família com as vacinas para viagem.