O que é a mpox? Entenda a doença declarada emergência de saúde pública global

16/08/2024 Notícias | Saúde Saúde Livre Vacinas
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14/08) que a mpox atingiu a categoria de emergência em saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da entidade. Com o aviso, a OMS requer colaboração para evitar a disseminação em todo o mundo, que teria potencial para uma nova pandemia.

Os casos registrados em 2024 chegaram a 14 mil, superando os números de 2023, com 524 mortes. No Brasil, houve 709 casos de mpox neste ano, com 16 óbitos – o mais recente ocorreu em abril de 2023.

Mas o que é a mpox? Há vacina contra ela? Podemos enfrentar uma nova pandemia em breve? Entenda:

Mpox

O que é a mpox?

Essa doença havia sido chamada anteriormente de ‘varíola dos macacos’, e é causada por um vírus da mesma família da varíola, o Orthopoxvirus. Apesar de ter recebido atenção recentemente, surtos das doença têm ocorrido na República Democrática do Congo há mais de uma década.

A preocupação atual ocorre devido ao aumento do número de casos importados da variante 1b da mpox, que se concentravam na África e agora também estão na Europa. Esse subtipo é 10 vezes mais letal do que o anterior, o 2b. Não há nenhum caso dessa variante no Brasil até o momento.

Essa é a segunda vez que a mpox atinge o status de emergência global. Entre 2022 e 2023, já houve um alerta da OMS. Isso não quer dizer que uma pandemia é iminente: a poliomielite, por exemplo, também tem essa classificação, assim como tiveram a zika, ebola e H1N1 em outros anos.

Como a mpox é transmitida?

A transmissão do vírus acontece durante o contato próximo com pessoas infectadas, por meio de secreções das vias respiratórias ou das bolhas na pele. Ferimentos provocados por animais silvestres ou consumo da sua carne, bem como compartilhamento de objetos contaminados, também podem favorecer a disseminação.

O vírus pode ser passado ainda da mãe para o feto durante a gravidez. Recém-nascidos, crianças e imunossuprimidos estão entre os maiores grupos de risco. Os mais atingidos no momento são homens jovens que convivem com HIV/Aids.

Quais são os sintomas?

Em geral, os sintomas da mpox incluem dores no corpo, dor de cabeça, febre, linfonodos inchados (ínguas), calafrios e fraqueza. O principal sinal da doença, porém, é o surgimento de bolhas na pele que se assemelham a feridas. Essas erupções na pele contêm um líquido, e eventualmente secam e formam crostas, durando de duas a quatro semanas.

As possíveis complicações são infecções bacterianas secundárias, como encefalite, miocardite e pneumonia, além de problemas oculares.

Há vacina contra o vírus?

Sim, há duas vacinas disponíveis no mundo contra o vírus da mpox: a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a Jynneos, do laboratório dinamarquês Bavarian Nordic.

Esta última está disponível no Brasil após a autorização de uso emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. A permissão teve renovação em fevereiro deste ano e vence em agosto, mas o Ministério da Saúde já requisitou uma nova extensão. O esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de um mês entre elas.

No entanto, essa vacina não está amplamente disponível. O imunizante não chegou ainda às clínicas particulares, e a rede pública está priorizando os grupos mais atingidos: pessoas com mais de 18 anos com HIV/Aids, imunossuprimidos, profissionais que atuam em contato com o vírus em laboratórios e pessoas que tiveram contato direto com infectados.

A vacinação em massa ainda não é recomendada pela OMS. Além do risco de contágio ser mais baixo entre a população em geral, o número de doses disponíveis no mundo ainda é pequeno e elas devem direcionadas aos locais em surto.

Atualmente, há cerca de 30 mil doses da vacina no país, e uma nova remessa de 25 mil unidades está em negociação.

Como se proteger?

As orientações dos órgão de saúde incluem higienizar as mãos regularmente, evitar o compartilhamento de objetos pessoais e distanciar-se de pessoas com suspeita da doença. Pode-se utilizar máscaras e luvas se for necessário o contato próximo.

Além disso, pessoas que fazem parte do grupo de risco devem procurar unidades de saúde para que possam receber a vacina.

Em caso de manifestação dos sintomas, deve-se procurar atendimento médico para avaliação e acompanhamento do quadro.

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