Mamanalgesia: o poder da amamentação durante a vacina
Aliviar o desconforto do bebê na hora da vacina é o desejo de todos os pais que entendem a necessidade da imunização mas temem a agulha. Apesar dos benefícios indiscutíveis à saúde, é normal que os cuidadores fiquem apreensivos. E uma das maneiras mais eficazes de ajudar os pequenos nessa hora é fácil, rápida e prática: a mamanalgesia.
A mamanalgesia é o uso da amamentação como medida não farmacológica para atenuar a dor durante procedimentos, como vacinas, coleta de sangue e teste do pezinho.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a estratégia desde 2015, e uma nota técnica do Ministério da Saúde sugere seu uso desde 2021. Além disso, já em 2014 – e novamente na edição atualizada de 2024 – a mamanalgesia tem indicação no Manual de normas e procedimentos para vacinação.
Como funciona a mamanalgesia?
A evidência científica dessa prática foi corroborada por diversos estudos clínicos randomizados. Eles analisaram fatores na reação dos bebês durante a injeção – seja durante a amamentação, sem nenhuma intervenção ou com outras medidas.
Nesta revisão sistemática, por exemplo, 10 pesquisas observaram 1066 crianças durante a aplicação de vacinas. Os participantes que estavam sendo amamentados demonstraram menos tempo de choro e menores escores de dor.
Outra revisão apontou que os bebês amamentados tiveram uma frequência cardíaca mais baixa, choraram por menos tempo e marcaram menos pontos na Escala de Avaliação de Dor no Recém-Nascido (NIPS, na sigla em inglês, que avalia fatores como respiração, expressão facial e estado de alerta), quando comparados a outros bebês.
No colo da mãe, o contato pele a pele, a sucção e a ingestão do leite materno atuam como analgésico, oferecendo uma estimulação multissensorial. Dessa forma, a mamanalgesia acalma, diminui a percepção de dor e ajuda o bebê a se sentir protegido apesar do desconforto.
O que fazer na hora da vacina?
De acordo com o Manual de normas e procedimentos para vacinação, “a amamentação deve ser realizada, quando possível, durante o procedimento de vacinação injetável, iniciando cinco minutos antes da administração das vacinas”.
A mãe deve ofertar o peito à criança antes da aplicação da vacina, seguir amamentando durante a injeção e alguns minutos após. E é só isso! Esse cuidado já é suficiente para melhorar a experiência do bebê, o que também tranquiliza os pais com o procedimento.
Mesmo que o bebê chore, a mãe deve continuar oferecendo o seio. A OMS ressalta ainda que a amamentação não traz nenhum malefício, como risco de engasgos ou aspiração. Portanto, a técnica é segura.
Confira aqui o calendário vacinal de 0 a 18 meses e agende a próxima vacina na Saúde Livre.