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5 coisas que você precisa saber sobre vacina de HPV

03/10/2024 Saúde | Vacinas Saúde Livre Vacinas
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A vacina de HPV protege contra o papilomavírus humano, que é responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo do útero. Esse é terceiro câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, e o quarto que mais mata. O vírus pode ainda dar origem a diversos outros tumores, que afetam tanto homens quanto mulheres.

Mais de 80% das pessoas do mundo vão ter contato com o HPV antes dos 45 anos, e é possível carregar o vírus durante décadas sem manifestar sintomas.

Introduzida em 2006, a vacina de HPV passou por extensivos testes antes do lançamento, e depois apresentou na prática sua eficácia: diversas regiões viram queda nas taxas de câncer de colo de útero após o início da aplicação do imunizante.

Confira cinco informações importantes sobre a vacina que você precisa saber:

1 – A pré-adolescência é o melhor momento para tomar a vacina

O imunizante é indicado a partir de 9 anos por dois motivos: o primeiro é que a resposta imune é mais eficaz nessa idade. Ou seja: pessoas que receberam a primeira dose na pré-adolescência e no começo da adolescência produzem quantidades significativamente maiores de anticorpos contra o vírus.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina reduz em 70% as chances de desenvolver câncer do colo do útero se for aplicada em jovens entre 12 e 26 anos.

Já o segundo motivo é iniciar a prevenção antes da vida sexual e reprodutiva despertar. Como esse é o principal meio de transmissão do HPV, é importante que a imunidade esteja ativada antes que haja contato sexual – mesmo que ele só aconteça bem mais tarde.

2 – Adultos também devem se vacinar

A recomendação da faixa etária busca aproveitar a melhor janela de oportunidade para a prevenção. Mas isso não quer dizer que ela se torna ineficaz mais tarde.

A vacina de HPV passou a fazer parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) em 2014. Quem completou 14 anos antes desta data provavelmente não foi imunizado. Portanto, um grande número de homens e mulheres ainda precisa se proteger.

Mesmo que o contato tenha acontecido em algum momento da vida, novas infecções podem surgir: a literatura médica cataloga mais de 200 subtipos do vírus. Portanto, a vacina segue sendo importante para evitar os subtipos mais graves.

3 – A vacinação não estimula o início precoce da vida sexual

Não há qualquer relação entre a vacinação contra o HPV e a vida sexual, uma vez que a prevenção não estimula seu início. Essa preocupação surgiu entre os pais de diversos países, temendo que os filhos adolescentes tivessem uma falsa sensação de segurança após a imunização.

No entanto, diversas pesquisas comprovaram que os fatos não estão associados.

Um estudo da Universidade de Harvard, por exemplo, apontou que não havia diferença no comportamento sexual de jovens que moravam em estados que faziam campanhas de vacinação contra o HPV e jovens de outros estados.

Um resultado semelhante foi atingido por uma pesquisa da Universidade de Michigan. Ao comparar grupos vacinados e não vacinados, não houve aumento da probabilidade de ter relações. Além disso, os adolescentes não começaram a se relacionar mais precocemente, e não houve mudança no número de parceiros.

4 – A vacina já zerou os casos de câncer de colo de útero em alguns locais

Desde o início da aplicação da vacina, cientistas têm acompanhado os números de desenvolvimento de câncer entre a população, em especial do tipo cervical.

Um estudo escocês da Universidade de Oxford mostrou que não houve nenhum caso de câncer de colo de útero entre mulheres que receberam a vacina contra HPV entre os 13 e 14 anos. Os pesquisadores analisaram o banco de dados da Escócia, investigando o histórico de saúde de cerca de 450 mil pessoas.

A conclusão foi de que a vacina teve 100% de eficácia na prevenção da doença entre as participantes imunizadas ainda nessa idade. O resultado se mostrou consistente independentemente do número de doses recebidas. Além disso, houve uma redução significativa no número de casos mesmo em mulheres que se vacinaram mais tarde do que o recomendado.

Outro estudo, dessa vez do Royal Women’s Hospital, na Austrália, demonstrou uma redução de 86% nas infecções em jovens de 18 a 24 anos que receberam três doses da vacina. Mesmo em quem tomou apenas uma dose, houve diminuição de 76% nos casos.

5 – O ideal é respeitar o esquema vacinal completo

No início deste ano, o Ministério da Saúde passou a considerar o plenamente vacinados os adolescentes que receberam o imunizante apenas uma vez. A alteração tem como objetivo facilitar a adesão e ampliar a cobertura vacinal no país.

Com essa mudança, o governo pretende garantir que mais adolescentes possam ser imunizados com o número de doses disponíveis, aumentando assim a cobertura. O esquema de dose única tem como foco a saúde coletiva.

Por outro lado, conforme destaca a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é preferível adotar “esquemas considerados ideais para atingir a melhor proteção possível com cada imunobiológico”. Ou seja: do ponto de vista individual, a recomendação ainda é de seguir o esquema vacinal completo, com mínimo de duas doses.

Para a cobertura imunológica ideal, a indicação segue sendo de duas doses, com seis meses de intervalo, entre 9 a 19 anos. A partir dos 20 anos de idade, a prescrição passa a ser de três doses, com dois e seis meses após a primeira.

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