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Reino Unido inicia desenvolvimento de vacina contra câncer de ovário

10/10/2024 Notícias | Vacinas Saúde Livre Vacinas
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Uma nova vacina contra câncer pode estar disponível nos próximos anos. Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram o início do desenvolvimento de um imunizante contra o câncer de ovário. A OvarianVax aguardava financiamento para avançar em sua pesquisa. Agora, o Cancer Research UK informou o financiamento do estudo com cerca de R$4,2 milhões.

“A OvarianVax se baseia nos desenvolvimentos empolgantes em tecnologia de vacinas durante a pandemia. Este é um dos muitos projetos que esperamos que deem às mulheres vidas melhores e mais longas, livres do medo do câncer”, disse em comunicado Michelle Mitchell, diretora executiva da Cancer Research UK.

Segundo o diretor do grupo que conduz a pesquisa, Prof. Ahmed Ahmed, serão mais três anos para desenvolver a vacina em laboratório. Depois disso, ainda serão necessários diversos testes, mas eles estão “otimistas”.

O objetivo, de acordo com ele, é ensinar o sistema imunológico a reconhecer as proteínas que se formas na superfície do câncer de ovário, conhecidas como antígenos associados a tumores. Eles pretendem ainda analisar se o corpo consegue combater tumores a partir de “minimodelos” criados utilizando células de pessoas com a doença.

“A ideia é que, se você der a vacina, esses pequenos tumores vão ser reduzidos ou até desaparecer”, contou o pesquisador. Com a comprovação da eficácia, os próximos passos são testes com mulheres que tenham mutações genéticas com predisposição ao câncer, e depois a com a população geral.

Vacina contra o câncer

O imunizante pode se tornar tão importante quanto a vacina contra HPV, que previne o câncer de colo de útero.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) calcula que 7.310 pessoas tenham câncer de ovários todos os anos no Brasil. No Reino Unido, são cerca de 7.500 novos casos, é o sexto câncer mais comum em mulheres.

Esse tipo de câncer é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, uma vez que os principais sintomas se confundem com outras condições. Mesmo com tratamento, cerca de 50% das mulheres sobrevive cinco anos ou mais após detectar o tumor.

A doença tem maior probabilidade de atingir mulheres com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Esses são os mesmos genes associados ao câncer de mama. Ao encontrá-los em testes genéticos, a recomendação atual é extrair os ovários até os 35 anos. No entanto, o procedimento leva à esterilidade e à menopausa precoce.

“Precisamos de melhores estratégias para prevenir o câncer de ovário. Atualmente, mulheres com mutações BRCA1/2, que estão em risco muito alto, recebem cirurgia que previne o câncer, mas as priva da chance de ter filhos depois. Ao mesmo tempo, muitos outros casos de câncer de ovário não são detectados até que estejam em um estágio muito mais avançado”, explicou o professor.

“Ensinar o sistema imunológico a reconhecer os primeiros sinais de câncer é um desafio difícil. Mas agora temos ferramentas altamente sofisticadas que nos dão insights reais sobre como o sistema imunológico reconhece o câncer de ovário”, afirmou.

HPV

Enquanto isso, a vacina contra câncer mais importante é a que previne infecções pelo vírus do HPV. Além do câncer de colo de útero, o HPV pode provocar a doença em toda a região genital, tanto em homens quanto em mulheres, além de garganta e boca.

Apesar de estar disponível no Sistema Único de Saúde, somente as clínicas de vacinação oferecem o esquema vacinal completo e a versão que cobre mais subtipos do vírus. Clique aqui para conhecer a vacina nonavalente.

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