Primeira vacina que previne bronquiolite em bebês é aprovada
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta segunda-feira (1º/04) o registro da vacina Abrysvo, da farmacêutica Pfizer. O imunizante combate o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de infecções no trato respiratório, como a bronquiolite. Aplicado ainda na gravidez, essa é a primeira vacina no Brasil indicada para a prevenção da doença em bebês e crianças.
A Abrysvo é uma vacina bivalente, composta por dois antígenos da proteína de superfície F do VSR. Apesar de não ser usada diretamente no recém nascido, ela gera anticorpos que são passados ao bebê por meio da mãe. A administração é intramuscular e em dose única, com indicação de uso durante o segundo ou terceiro trimestre de gestação.
A agência autorizou também o uso da Abrysvo para a prevenção da doença do trato respiratório inferior em pessoas com 60 anos ou mais, que também são consideradas como grupo de risco para a doença. Para essa população, já está disponível a vacina Arexvy, da farmacêutica GlaxoSmith Kline.
VSR e bronquiolite
O VSR é um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias. Ele é a causa mais comum da bronquiolite, a inflamação dos bronquíolos, assim como pneumonia em bebês. O vírus é altamente contagioso e atinge com mais frequência crianças de até dois anos, que podem ainda desenvolver uma forma mais grave da doença. Praticamente todas terão contato com o VSR ao menos uma vez até essa idade.
Os sintomas iniciais são semelhantes a de um resfriado, com tosse, dor de garganta, dor de cabeça, obstrução nasal, coriza e mal estar. Em alguns casos, porém, a doença evoluiu com febre alta, dificuldade para respirar, chiado no peito, lábios e unhas arroxeados e letargia.
Não há tratamento específico contra o vírus, somente medicação para alívio dos sintomas. No entanto, se houver piora do quadro, é necessária a hospitalização.
O contágio ocorre através das mucosas da boca, do nariz ou dos olhos. O vírus se espalha durante a fala, espirro e tosse de pessoas contaminadas. Além disso, ele pode sobreviver por cerca de 24 horas em superfícies e objetos, como brinquedos, maçanetas de portas e botões de elevador.
Aliado às vacinas, deve-se prevenir evitando aglomerações e locais fechados, lavando as mãos com frequência, desinfetando superfícies e objetos potencialmente contaminados, e evitando contato próximo com pessoas com sintomas gripais.