Pesquisadores criam vacina que usa bactérias para atacar câncer
Uma nova tecnologia pode fortalecer o combate ao câncer nos próximos anos. Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina bacteriana que demonstrou sucesso no ataque às células cancerígenas. O estudo foi publicado neste mês na revista científica Nature.
Como funciona?
A nova técnica usa bactérias probióticas, que são programadas com o código genético encontrado nos tumores e aplicadas no paciente. Dessa forma, a vacina “ensina” o sistema imunológico a destruir as células que possuem aqueles dados.
Além de se mostrar eficiente na eliminação das células cancerígenas, seja em cânceres primários e metastático, a vacina pode prevenir recorrências futuras. Da mesma forma, outra vantagem apresentada por essa tecnologia é o menor impacto na saúde do paciente, que não sofre com os efeitos colaterais das terapias atuais.
O tratamento de tumores sólidos avançados, por exemplo, que apresentam maior dificuldade de eliminação, pode ganhar uma nova força com esse procedimento.
A abordagem aproveita uma característica natural de certas bactérias: elas podem colonizar tumores. Esses microrganismos procuram as células cancerígenas, onde encontram um ambiente ideal para se desenvolver, e evitem as partes saudáveis do corpo.
Pensando nisso, os cientistas adicionaram antígenos às bactérias, obtidos de maneira personalizada a partir do próprio paciente. Ao procurar células cancerígenas, os microrganismos levam esses antígenos diretamente à área afetada. Esse método permite a entrega de uma grande concentração do medicamento, estimulando o próprio organismo a atuar contra o câncer.
No estudo, camundongos com câncer colorretal avançado e melanoma receberam a vacina. Assim, o imunizante provocou uma sobrecarga no sistema imunológico dos animais, o que inibiu o crescimento e em alguns casos até erradicou o tumor.
Ainda há um longo caminho para que a nova tecnologia esteja disponível, mas os resultados são promissores. Portanto, assim como outras vacinas contra o câncer, essa tecnologia pode vir a salvar incontáveis vidas nos próximos anos.