Brasil livre do sarampo: país recupera certificado após cinco anos
O Brasil recebeu mais uma vez o certificado da eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). O atestado é da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e marca o sucesso do país em aumentar a cobertura vacinal contra essas doenças.
Anteriormente, o Brasil havia sido certificado em 2015, mas perdeu o status em 2019, quando a circulação do vírus com o mesmo genótipo tornou a doença endêmica mais uma vez. Entre 2018 e 2022, registraram-se 39.779 casos e 40 mortes por sarampo em território nacional.
A doença foi reintroduzida no país com a queda no número de pessoas vacinadas, aliada ao intenso fluxo migratório de países vizinhos. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, era de 95% em 2016, mas caiu para 74% em 2021.
Com a intensificação das campanhas e o aumento da conscientização sobre a necessidade de aplicar a vacina ainda na infância, a cobertura da primeira dose saltou para 88,4% em 2023. Até o momento, em 2024, ela chega a 92,3%.
Ainda precisa de vacina?
A eliminação do sarampo significa que não há vírus causando surtos dentro do país, mas isso só ocorre porque há um número suficiente de pessoas vacinadas. O sarampo não deixou de existir. Pelo contrário: ele é um problema grave em muitas outras regiões.
A Europa ainda é um dos locais mais afetados pela doença, com um aumento de 30 vezes nos casos durante janeiro e outubro de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. Dessa forma, o continente ultrapassou a marca de 30 mil pessoas infectadas.
No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) gerou um alerta para o aumento de casos, pedindo urgência na vacinação. Segundo a organização, houve um aumento de 18% nos casos e 43% nas mortes causadas pelo sarampo em 2022, atingindo 9 milhões e resultando em 136 mil vítimas fatais da doença – que são, em sua maioria, crianças.
Portanto, o risco de novos surtos não desapareceu, apenas está sob controle enquanto houver cobertura vacinal suficiente. Se menos pessoas se imunizarem, o sarampo volta.
Sarampo
Essa é uma doença altamente contagiosa e que pode levar à morte. A transmissão ocorre após contato com tosse, espirro, gotículas de saliva, toque, fala ou mesmo respiração de uma pessoa contaminada.
Ela pode acontecer entre 6 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo. O vírus pode atingir até 90% das pessoas próximas que não estiverem imunizadas. Além disso, o vírus pode ficar incubado por até 21 dias.
Os principais sintomas da doença são manchas vermelhas pelo corpo, febre alta, tosse seca, irritação nos olhos, coriza e mal-estar intenso. Portanto, se houver suspeita, em especial em menores de 5 anos, a recomendação é buscar atenção médica imediata.
Prevenção
O imunizante contra o sarampo está presente em três vacinas: na dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e na tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Para bebês, por outro lado, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses. Caso haja suspeita de contaminação próxima, todos acima de 6 meses de idade devem tomar para bloqueio vacinal.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) considera protegido todo indivíduo que recebeu duas doses a partir dos 12 meses de idade. Os intervalos mínimos entre as doses são de três meses, para crianças e adolescentes até 12 anos, e de um mês, a partir de 13 anos de idade.
Confira aqui o calendário de vacinação de acordo com a idade.