Qdenga: saiba tudo sobre a nova vacina contra dengue

08/02/2024 Notícias | Saúde | Vacinas Saúde Livre Vacinas
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A vacina contra dengue viu sua procura crescer com o aumento do número de casos da doença no Brasil. O registro da Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, mas a busca atingiu o pico no início deste ano. Com isso, as doses disponíveis se tornaram insuficientes para suprir a demanda.

De acordo com o laboratório, medidas estão sendo tomadas para aumentar a produção. A meta é conseguir entregar 100 milhões de doses por ano até 2030. Enquanto isso, uma parte significativa das doses fabricadas está sendo direcionada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para cobrir os grupos prioritários.

Quando a vacina contra a dengue voltará aos estoques?

A Takeda informou que vai entregar mais de 6,6 milhões de doses em 2024, e mais 9 milhões em 2025. Apesar de priorizar a rede pública, haverá distribuição nas clínicas privadas. O que houve no momento foi uma procura maior do que tinha sido prevista, e a capacidade de produção do laboratório é limitada.

De acordo com a empresa, foi montado um plano estratégico para incrementar o fornecimento global da vacina, incluindo a inauguração de um novo centro de produção na Alemanha, e parcerias com laboratórios nacionais. Dessa forma, a regularização do abastecimento deve acontecer em breve.

Já tomei a primeira dose. Vou conseguir tomar a segunda?

Sim. O laboratório confirmou que honrará todos os contratos que firmou, seja com o serviço público ou privado. Portanto, as doses para aplicação do reforço estarão disponíveis a todas as pessoas que iniciaram o esquema vacinal.

A imunização completa da Qdenga acontece com duas doses, com a aplicação da segunda ocorrendo três meses após a primeira.

Quem pode tomar a vacina contra dengue?

Inicialmente, o Ministério da Saúde está disponibilizando a Qdenga para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. A faixa etária é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), já que é nessa idade que costuma ocorrer a segunda infecção da doença – e ela pode ser mais grave do que a primeira.

Já nas clínicas privadas, podem tomar a vacina contra dengue todas as pessoas entre 4 e 60 anos de idade. A liberação para crianças menores e idosos aguarda mais testes para garantir a segurança desses grupos. Mesmo assim, indivíduos com mais de 60 podem receber a Qdenga desde que tenham autorização médica.

Por se tratar de uma vacina de vírus vivo atenuado, ela segue contraindicada para gestantes, lactantes e imunocomprometidos, assim como quem apresentar reação alérgica a um dos componentes.

Ao contrário da Dengvaxia, a primeira vacina contra dengue a ser comercializada, mesmo pessoas que já tiveram dengue também podem tomar a Qdenga.

Por que houve aumento dos casos de dengue?

Assim como a gripe, a dengue é uma doença sazonal. Ou seja, sempre haverá mais casos em períodos específicos do ano. Dessa forma, já se esperava que houvesse maior número de infecções durante o meses de novembro a maio.

Atipicamente, no último ano, o fenômeno climático El Niño elevou as temperaturas de diversas regiões do planeta. Além disso, o período chuvoso foi mais intenso no país em 2023. Com mais calor e umidade, cria-se o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue.

Outro fator que contribuiu para o aumento dos casos foi o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus, que não circulavam no Brasil há cerca de 10 anos. Assim, mesmo quem já teve dengue nos últimos anos pode ser infectado, porque não está imunizado contra esses tipos.

Como posso me proteger do vírus?

Mesmo sendo a forma mais eficaz, a vacina não é a única maneira de se prevenir contra o vírus. O uso de repelente é indicado para evitar a infecção, e ele protege ainda contra outras doenças com contaminação semelhante, como zika e chikungunya. Pessoas que já apresentam sintomas também devem fazer uso do produto, a fim de evitar que os agentes infecciosos se espalhem.

A Anvisa recomenda que repelentes possuam um desses ingredientes para serem eficazes contra o Aedes aegypti: a Icaridina, que tem duração de dez horas; IR3535, com duração de duas horas; e DEET, também com duração de duas horas. Após esse período, o produto deve ser reaplicado para garantir a segurança.

Bebês menores de 6 meses não podem usar nenhuma dessas substâncias. Confira ainda na embalagem se o produto é indicado para menores de 2 anos.

Por fim, impedir a reprodução do inseto continua sendo imprescindível para diminuir os casos da dengue. Cerca de 75% dos principais criadouros do mosquito ficam dentro de casa, em locais como lixo descartado incorretamente, vasos de plantas, caixas d’água, prato de alimentação de animais de estimação e piscinas. Durante esses períodos, deve-se redobrar os cuidados para descartar focos com água parada.

O que devo fazer se estiver com dengue?

Essa é uma doença de diagnóstico clínico, ou seja, feito a partir da análise dos sintomas apresentados. É possível, porém, fazer exames laboratoriais para detectar antígenos no sangue e acompanhar a quantidade de plaquetas.

Não há um tratamento específico para a dengue. Na maioria dos casos, a recomendação é apenas repouso, hidratação (se necessário, com soro caseiro) e uso de medicamentos como dipirona ou paracetamol para controle da febre.

Não se deve usar anti-inflamatórios ou remédios com ácido acetilsalicílico. Se houver dor intensa, sangramento ou dificuldade de ingerir líquidos, é preciso procurar o serviço de emergência.

Muitas receitas que circulam nas redes sociais para a cura da dengue são falsas. Não há qualquer indicação de uso de ivermectina, e suco de limão e caldo de cana não são capazes de eliminar o vírus.

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