Gripe, covid-19 ou VSR? Saiba quais são as diferenças
O Brasil registrou um aumento no número de casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e de gripe nas últimas semanas. Eles corresponderam, respectivamente, a 35% e 21% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Apesar de registrar-se uma queda na contaminação do coronavírus, os óbitos por SRAG ainda são majoritariamente por covid-19 (73%), seguido de influenza (18%) e VSR (7%).
Tanto o VSR quando a influenza são vírus sazonais, e é comum observar mais infecções a partir desta época do ano, enquanto o covid-19 deve começar a demonstrar o mesmo padrão. A ameaça tripla dessas doenças respiratórias foi apelidada de “tripledemia”, e gera confusão com a semelhança entre os sintomas. Veja quais são e quando procurar ajuda:
VSR
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o VSR é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças. Estima-se que até 2 anos de idade praticamente todas as crianças entrem em contato com esse vírus ao menos uma vez.
Enquanto a infecção não costuma trazer maiores problemas para maiores de 2 anos, ela pode ser grave quando atinge bebês, especialmente prematuros, portadores de cardiopatias congênitas e de doença pulmonar crônica da prematuridade.
A maioria das crianças e adultos é assintomática ou tem apenas sintomas leves, semelhantes a um resfriado, com dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse e, em alguns casos, febre. Os sinais de alerta são dificuldade para respirar e se alimentar, “chiado” no peito, taquicardia e tons azulados ou arroxeados nos lábios e unhas.
Além disso, a hospitalização é sempre recomendada para menores de 3 meses, prematuridade ou presença de comorbidades.
A primeira vacina contra o VSR para proteger bebês recebeu aprovação da Anvisa recentemente para aplicação em gestantes, e deve estar disponível nas clínicas de vacinação em breve.
Gripe
A gripe está entre as viroses mais frequentes em todo o mundo. Ao contrário do VSR, a influenza costuma apresenta surtos em crianças mais velhas, adolescentes e adultos jovens. Os sintomas também são mais intensos e têm início repentino. Eles incluem febre, fadiga, dores musculares, coriza, calafrios, perda de apetite, dor de cabeça e dor de garganta.
Em geral, os incômodos regridem em cinco a sete dias, podendo persistir uma sensação de “fraqueza” por mais algumas semanas. Esses casos requerem apenas hidratação, repouso e medicamentos para manutenção da febre e da dor.
Por outro lado, crianças pequenas, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades requerem mais atenção. É necessário procurar cuidados médicos se houver desidratação, alterações na pressão arterial, falta de ar ou alteração do nível de consciência. A complicação mais comum é a pneumonia.
A gripe é prevenível com a vacina anual, que está disponível para grupos de risco em sua versão trivalente no Sistema Único de Saúde (SUS), e para toda a população na versão quadrivalente nas clínicas privadas.
Covid-19
A covid-19 também é prevenível com a vacinação, e no caso de contaminação em pessoas imunizadas, os sintomas costumam ser leves. Comparada às outras doenças, sua progressão é lenta, com sinais de gravidade podendo se apresentar após a primeira semana. Além disso, pode-se detectar facilmente a presença do vírus com testes rápidos disponíveis em farmácias.
Pode haver tosse, febre, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e calafrios. Apesar de ainda ocorrer, a perda de olfato e paladar é menos comum com as novas variantes. Os sinais de gravidade são desconforto respiratório, saturação de oxigênio no sangue inferior a 95%, coloração azulada nos lábios e unhas, pressão no peito e confusão mental.
Do mesmo modo, nas crianças podem ocorrer ainda manchas e irritações cutâneas na pele. Quadros agudos de diarreia, desidratação e febre persistente indicam necessidade de atenção médica.