É ‘só’ uma gripe? Conheça os verdadeiros riscos da influenza
A influenza atinge cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo todos os anos, com 5 milhões de casos graves e até 650 mil óbitos, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da sua prevalência, é comum que a doença não seja levada a sério – e frequentemente confundida com um resfriado.
Dessa forma, uma pesquisa da farmacêutica Sanofi, em parceria com a ALS Perception, realizada no início deste ano, mostrou que 68% dos brasileiros desconhece os verdadeiros impactos da influenza. Os resultados revelam que 23% dos entrevistados acreditam haver nenhum ou baixo risco ao não tomar a vacinal anual contra gripe. No entanto, os riscos são muitos.
Influenza não é resfriado
Os sintomas da gripe e do resfriado são semelhantes, o que gera confusão na diferenciação. Enquanto a gripe é causada pelo vírus da influenza, dos tipos A, B, C ou D, existem mais de 200 vírus causadores do resfriado. Em sua maioria, eles pertencem à família do rinovírus.
Tosse, dor no corpo, dor de garganta, coriza e tosse costumam estar presentes nas duas doenças. No entanto, elas se manifestam de forma mais intensa com a influenza. A gripe tem início repentino e provoca febre alta, cansaço e sensação de fraqueza. Os sintomas podem incluir ainda calafrios, vômito e diarreia. Além disso, a gripe tem maior duração, persistindo por 5 a 7 dias, contra 2 a 5 do resfriado.
Com a influenza, a possibilidade de desenvolvimento de complicações é maior, especialmente em grupos mais vulneráveis. Crianças de até 5 anos, gestantes, puérperas e idosos estão mais suscetíveis a quadros graves. Comorbidades, como doenças renais, hepáticas e cardiovasculares, e doenças imunossupressoras, também aumentam o risco.
Síndrome respiratória aguda grave
A principal complicação da influenza é a síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Trata-se do comprometimento da respiração, exigindo internação hospitalar em algumas situações. Outros patógenos são capazes de desencadear a síndrome, como covid-19 e vírus sincicial respiratório (VSR).
Nos casos de SRAG, pode-se apresentar desconforto respiratório, ou respiração rápida e curta; dor no peito; coloração azulada nos lábios ou rosto; e saturação de oxigênio abaixo de 95%. Se houver um ou mais desses sintomas presente, recomenda-se procurar atendimento médico imediato.
Pneumonia
Quando uma infecção atinge os pulmões, instala-se uma pneumonia. Os sintomas são semelhantes aos da gripe, mas pioram com o tempo. Casos graves, especialmente em idosos, podem exigir internação hospitalar.
A influenza está associada à pneumonia viral, quando o próprio vírus atinge os pulmões, e à pneumonia bacteriana, quando a fragilidade do organismo facilita a entrada de bactérias.
Problemas cardiovasculares
A infecção pelo vírus influenza afeta também a saúde do coração. Logo após a gripe, o risco de um infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, aumenta em seis vezes. O processo inflamatório desencadeado pela doença está associado ainda ao surgimento de acidente vascular cerebral (AVC), miocardite e pericardite.
Outras possíveis complicações são:
- Miosite (inflamação dos músculos);
- Bronquiolite (Inflamação dos brônquios);
- Sinusite (inflamação das mucosas dos seios da face);
- Encefalite (inflamação cerebral);
- Polirradiculoneurite, ou Síndrome de Guillain-Barré (SGB) (doença autoimune que ataca o sistema nervoso);
- Agravamento de doenças crônicas, como diabetes e asma.
Por outro lado, a vacina da gripe mostra consistentemente em estudos que há redução dos casos graves e mortalidade quando aplicada anualmente.
O imunizante foi capaz de diminuir em 26% o risco de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e em 31% o risco de morte. Entre as pessoas que precisaram de hospitalização, houve 59% menos chance de precisar da UTI para quem foi vacinado, com cerca de quatro dias de internação a menos. Já em crianças, a necessidade de tratamento intensivo caiu 74%.
Portanto, a vacina da gripe é fundamental para o cuidado com a saúde. Procure uma unidade da Saúde Livre.